MRI-based tissue clocking

19/11/2020

Com a colaboração do Dr. Luis de Abreu Junior

As técnicas de aquisição de imagem na ressonância magnética são chamadas de "sequências". 

Tissue-clocking não é uma sequência de ressonância; é a utilização de sequências para avaliar a reperfusão do tecido e determinar o tempo de existência da lesão tecidual; tecnicamente não é uma sequência de ressonância.

A sequência que pode ser utilizada para fazer a estimativa do tempo de reperfusão do tecido cerebral pela ressonância magnética é a sequência de perfusão.

A sequência de perfusão gera três mapas:

  • mapa de tempo: (mean transient time - MTT) tempo médio de passagem pelo leito capilar
  • mapa de volume: (cerebral blood volume - CBV) volume sanguíneo cerebral ou volume de sangue que passa pelo tecido
  • mapa de fluxo: (cerebral blood flow - CBF), combinação dos dois mapas anteriores ou fluxo sanguíneo cerebral

Com a combinação desses três mapas é possível ter uma ideia da perfusão tecidual: quando existe um infarto, a área central do infarto tende a zero e a área em torno do infarto não é zero, mas é reduzida e chamada de penumbra (penumbral imaging).

O termo "penumbra" significa que o tecido cerebral está vivo, não morreu, ainda é viável, só que está com a perfusão muito reduzida; pode acabar morrendo se não for reperfundido.

E a técnica de ressonância de perfusão, bem como a tomografia de perfusão, podem tentar estimar esta área em risco.

Outra maneira de fazer essa avaliação sem usar contraste, é combinar os achados da difusão (diffusion-weighted imaging — DWI) e do pulso de inversão para anular o sinal do liquor (fluid attenuation inversion recovery — FLAIR). FLAIR significa supressão do sinal do liquor, que é uma sequência T2 (mas também pode ser T1), o que facilita a visualização das alterações no tecido cerebral.

A difusão mostra todas as células que morreram e nesta técnica as alterações aparecem muito rapidamente, poucas horas após o evento. No FLAIR a alteração da imagem só vai aparecer entre 6 h a 12 h depois, podendo chegar a 24 h.

A diferença (mismatch) entre a alteração pela difusão e a alteração pelo FLAIR pode indicar, por exemplo, um infarto que aconteceu há menos de seis horas. Seria uma maneira de fazer esse diagnóstico sem precisar de contraste.

Essas sequências podem dizer algo sobre o tissue-clocking, ou a avaliação do tempo transcorrido desde a lesão e a necessidade de reperfundir.