Intravenous contrast

Faz parte do ofício lembrar que falar outro idioma não é falar o nosso idioma com palavras estrangeiras, é outro modo de pensar, de construir as frases e de usar as palavras.
Um bom exemplo é o contraste.
O contraste é muito usado nos exames de imagem para definir melhor os contornos das estruturas, a captação do próprio contraste (quando há) e ver pequenas alterações que não seriam visualizadas sem o uso do contraste.
Falamos dele assim, no singular, com simplicidade: contraste (como falamos no singular os órgãos duplos, o pulmão, o rim, o olho, já que ambos têm as mesmas características anatômicas e fisiológicas).
É bem verdade que existem diferentes tipos de contrastes usados em diferentes métodos de imagem, mas isso é outro assunto.
A língua inglesa gosta de usar contrast media, mas a linguagem médica brasileira considera o "meio de" perfeitamente dispensável, embora seja encontrado em (quase) todas as traduções — a inteligência artifical não perdoa e o tradutor não corrige, então fica assim mesmo.
Quando o inglês fala em intravenous contrast o médico brasileiro não consegue deixar de se perguntar como seria um contraste venoso que não estivesse no interior do vaso... grudaria por fora das paredes? E como seria administrado?
Então continuamos falando de contraste venoso (como de hidratação venosa, etc.), sem o intra, desnecessário por sua obviedade.
É simplesmente outro modo de ver as coisas, por isso é necessário localizar.